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Podem os Querubins transportar a Divindade? - Parte 5

Parte 5

A VISÃO DO PROFETA EZEQUIEL - ANO 593 a.C. - BABILÔNIA.

INTERPRETAÇÃO POR VERSÍCULOS, DO CAPÍTULO UM, DO LIVRO DO PROFETA EZEQUIEL

Versos 1-3 “Ora aconteceu no trigésimo ano, no quarto mês, no dia quinto do mês, que estando eu no meio dos cativos junto ao rio Quebar, se abriram os céus e tive visões de Deus. No quinto dia do mês, dia em que se completou o quinto ano do cativeiro do rei joaquim, veio na verdade, a palavra de Jeová ao sacerdote Ezequiel, filho de Buzi, na terra dos Caldeus, junto ao rio Quebar; e aí esteve sobre ele a mão de Jeová”.

O fato ocorreu no quinto ano do cativeiro, junto ao rio Quebar ou Cobar. Esta nave surgiu vinda do céu envolvida por uma nuvem, é por isso que ele diz: “Abriram-se os céus” e logo depois afirma que eram “Visões de Deus”; isto porque após a revelação do Senhor, ele tinha conhecimento que isto era de Deus. E ao dizer que “aí esteve sobre ele a mão de Jeová”, ele queria dizer que, a presença da nave era uma extensão da presença de Deus ali.

Confira isto nos seguintes textos do profeta Ezequiel: 3:14,22; 8:1; 37:1, todas as vezes que ele diz isto refere-se a presença da nave e, quase todas as vezes o profeta é levado nela. Este fato só será entendido pelos leitores deste ensaio teológico quando tiverem verificado, através dos demais versículos, que a descrição das criaturas viventes do profeta Ezequiel são na verdade uma narrativa minuciosa de uma nave. É por isso, que Deus é chamado também como “o Senhor dos Exércitos” e, possuidor de vinte milhares de carros/naves (Sl. 68:17), e cujos cavalos voam por cima do mar Grande (Mediterrâneo). Habacuque 3:8:15.

Verso 4-6 “Olhei, e eis que vinha do norte um vento tempestuoso, uma grande nuvem com um fogo que emitia de contínuo labaredas, e a roda dela um resplendor, e do meio dele, isto é, do meio do fogo, saía um como brilho de metal. Do meio dessa nuvem também saía a semelhança de quatro criaturas viventes. Esta era a aparência delas, e nelas havia a semelhança de homem. Cada uma tinha quatro rostos, e cada uma quatro asas”.

Ela vinha do norte e produzia um vento tempestuoso (barulho/silvo) e a proporção que ela descia e se aproximava dele, ele via através da iluminação que a nave projetava sobre a nuvem que a envolvia, a forma de uma nave metálica, cuja luz avermelhada lhe dava a impressão de estar envolvida pelo fogo. É claro que para descrever o que via Ezequiel tinha que lançar mãos dos recursos de sua época, que eram as cores das pedras preciosas e semipreciosas, arco-íris, carvões em brasas e fogo, a fim de poder descrever aquele “fenômeno” raro à sua época. Como a nave é tipo um prato fundo emborcado (figura 7), ele percebeu que cada criatura vivente (por que tinha vida e se movia) possuía quatro asas, duas na parte superior e duas na parte inferior e havia a semelhança de um homem entre ambas. Como existia quatro semelhantes a homens nos quatro lados da nave e, cada uma possuía no seu lado quatro asas, ele a definiu como sendo quatro criaturas, isto porque esta nave possui direção para os quatro lados, de maneira que ela não faz curvas como nossos aviões. E o que emitia o fogo era a nave, é por isso que ele diz: “do meio do fogo, saía um como brilho de metal”, o metal é a estrutura da nave é ela que projeta a luz avermelhada, “como fogo”.

Verso 7-8 “As suas pernas eram direitas (retas), e a planta dos seus pés era como a planta dos pés dum bezerro; e luziam como brilho de latão polido. Debaixo de suas asas tinham mãos de homens aos quatro lados, assim todas quatros tinham os seus rostos e as suas asas”.

Como a nave vem descendo em sua direção, ele pôde ver o sistema de pouso ou aterrissagem, que descreveu como sendo uma sapata metálica arredondada, semelhante aos “pés de bezerro”. Abaixo das asas superiores havia uma semelhança de homem movimentando os sistemas de comando desta nave (figura 6) e, como veremos mais à frente as asas superiores da nave tiravam a visão destes “homens” em toda a sua plenitude física; isto é, só era visto da cintura para cima. Quanto aos seus rostos veremos no verso 10.

Versos 9-10 “As asas de cada uma uniam-se às de outra. Elas não se viravam quando iam; cada qual andava diante de seu rosto. Quanto a semelhança de seus rostos: tinham a semelhança de homem; à mão direita tinham as quatro o rosto de leão; e à mão esquerda o rosto de boi; também tinham o rosto de águia”.

Já neste verso o profeta esclarece que este animal/nave não faz curva, ele simplesmente muda de direção e outro “piloto” da nave assume aquela direção determinada pela teofania (Deus manifestado e visto em corpo físico). As criaturas, segundo Ezequiel, eram semelhante o leão (lado direito) que ficava à sua direita; isto é, a nave pousou a direita do profeta e não a sua frente, como conseqüência de seu espanto e perplexidade (3:17). Ele definiu a nave como tendo a aparência do leão, porque a parte fixa da nave era a que vencia os obstáculos e nada podia detê-la. Ele definiu a esquerda como sendo semelhante ao boi/touro, porque o anima/nave possuía força. E a águia porque ela tinha a capacidade de voar em grandes altitudes. Esta criatura possuía a presença do homem, sendo aquele que dirige as criaturas (figs. 4 e 5), é representado na figura 5, no círculo, entre os touros alados que carregam a divindade. A nave em si, ela é representada na figura do touros alados ou como leões alados (figs. 1, 2 e 3). A águia é representada na visão de Ezequiel nas figuras 1, 2 e 3, com as asas nos lombos dos touros e leões alados.


Touro Alado (Kuribu) originário da Acadia
Figura 1
Descoberto na Túrquia (colina de Ninrode).
Pálacio do rei Assurnasirpal II (884-859 a.C)
Livro: Coleção Nosso Universo Maravilhoso.
Volume 1, página 47
Editora Brasil-LÊ S.A.
Descrição simbólica do Querubim bíblico.
Ez. Cap. 1 e 10.


Leão Alado (Carchemish - século XIV a.C), Hitita
Figura 2
Livro: O segredo dos Hititas.
Editora Itatiaia Ltda.
Autor: C. W. Ceram.
Página 71
Descrição simbólica do Querubim bíblico.
Ez. Cap. 1 e 10.




Leão Alado (Turquia - Ninrode)
Figura 3
Livro: O Novo Dicionário da B’blia em um volume.
Edição Vida Nova.
Autor: J. D. Douglas.
O Querubim bíblico.


Sinete cilíndrico Assírio
Figura 4
Livro de Volta as Estrelas.
Edições Melhoramentos.
Autor: Erich Von Däniken.
Descrição simbólica do Querubim bíblico.
Ez. Cap. 1 e 10.


Relevo de Karatepe - representação da cosmologia Hurriano- Hitita. Representação simbólica das criaturas viventes do profeta Ezequiel
Figura 5
Livro: O segredo dos Hititas.
Editora: Itatiaia Ltda.
Autor: C. W. Ceram
Descrição simbólica do Querubim bíblico.
Ez. Cap. 1 e 10.

Versos 11-12 “Os seus rostos e as suas asas estava separados em cima. Cada uma tinha duas asas unidas às de outra; e duas cobriam os seus corpos. Ia cada uma para adiante de si; para onde o espírito havia de ir, iam; não se viravam, quando iam”.

As asas estão suspensas em relação ao corpo da nave (figura 6) e, cada criatura possui duas asas ligadas a outra criatura (veja nas figuras 6 e 7, que uma asa inferior e outra superior estão ligada à outra criatura). As asas posicionadas na parte inferior da nave tiram a visão da semelhança de homem que está posicionado debaixo das asas superiores, é por isso, que o profeta diz que eram “semelhante ao homem”. Ele afirma no verso 12, que a nave podia se movimentar para os quatro lados à qual quisesse seguir. Como vocês podem perceber, o profeta Ezequiel só escreveu esta narrativa das criaturas viventes depois de vários contatos, pois o mesmo, narra a ação da nave descendo e subindo aos céus várias vezes.

Verso 13 “ Quanto à semelhança das criaturas viventes, a sua aparência era como ardentes brasas de fogo, como a de labaredas. O fogo movia-se entre as criaturas viventes; o fogo resplandecia, e do fogo saíam relâmpagos. As criaturas viventes corriam e voltavam como a aparência de um raio”.

A parte fixa da nave (leão) é envolvida pela projeção da luz avermelhada, a qual, devido ao movimento das rodas giradoras (10:13) em torno do corpo da nave, ele diz que o fogo se movia entre os animais. Este fato ocorre porque as rodas ao girarem refletem a luz no corpo da nave. E a nave emitia lampejos de luz, onde o profeta procura descrever, dizendo: “e do fogo saíam relâmpagos”. A nave deslocava-se em grandes velocidades, e para descrever esta qualidade do animal/nave, assim diz ele: “corriam e voltavam como a aparência do raio/relâmpagos”.


DESCRIÇÃO DAS RODAS GIRADORAS OU SISTEMA DE FORÇA

Verso 15-16 “Ora, quando eu estava olhando para as criaturas viventes, eis uma roda sobre a terra junto a cada uma das criaturas viventes, aos seus quatro lados. A aparência das rodas e a obra delas era como o brilho de berilo, e era uma só semelhança a dos quatro; a sua aparência, e a sua obra, era como se estivera uma roda no meio de outra roda”.

Como a nave havia pousado, o profeta Ezequiel conseguiu ver as rodas giradoras (10:13) em torno da parte fixa da nave. Elas eram quatro, uma dentro da outra (como uma roda de rolimã) e todas emitiam uma mesma cor esverdeada. Para descrever a cor emitida pelas rodas, ele usou a pedra preciosa de cor verde. As designações das cores eram retratadas por eles através das pedras preciosas e semipreciosas, arco-íris, fogo ou brasas.

Verso 17 “Quando iam, iam pelos seus quatro lados; não se viravam, quando iam”.

Neste momento, o profeta procura descrever a capacidade daquelas criaturas (nave), pois, quando voavam não faziam curvas, o que para eles era algo anormal e impossível. A nave podia deslocar-se para qualquer uma das quatro direções, pois em cada lado dela existia um semelhante ao homem (piloto) para guiá-la. Este fato narrado por Ezequiel comprova a veracidade dos testemunhos dados atualmente por milhares de pessoas a respeito dos movimentos assombrosos realizados por estas naves em pleno vôo.

Verso 18 “Quanto as suas pinas (cambas), eram altas e formidáveis; e as pinas das quatro eram cheias de olhos ao redor”.

As pinas são as peças que formam a circunferência das rodas. Estas rodas eram muito altas e metiam medo, isto é, dado ao seu desconhecimento de uma aeronave e de seus sistemas, ele se espantou com a mesma. Compare o tamanho das asas de um avião em relação a sua fuselagem e você poderá compreender o espanto do profeta. Quanto aos olhos descritos nas rodas, elas são provavelmente o sistema de arrefecimento das rodas ou então partes integrantes do sistema de força da nave, pois, as rodas mais a frente serão descritas pelo profeta como o sistema de força.

Verso 19 “Quando as criaturas viventes iam, ao lado delas iam as rodas; e quando as criaturas viventes se elevavam da terra, elevavam-se as rodas”.

A partir deste verso o profeta procura descrever que as rodas estão conjugadas a parte fixa da nave, isto é, quando as rodas começam a girar, ele percebe que a parte fixa da nave sobe e quando as rodas descem esta parte fixa também desce. Figura 7 e 8.

Verso 20-21 “Para onde o espírito havia de ir, iam elas: para lá tinha de ir o espírito; e as rodas elevavam-se ao lado delas, porque o espírito das criaturas viventes estava nas rodas. Quando aquelas iam, iam estas; quando aquelas paravam, paravam estas; e quando aquelas se elevavam da terra, ao lado delas elevavam-se as rodas, porque o espírito das criatura vivente estava nas rodas”.

Para onde as quatro criaturas/nave queriam ir; elas iam, nada podia impedir o seu deslocamento e a sua direção, como comentei no verso anterior, aqui nestes versos fica evidente que as rodas e a parte fixa (criatura) são conjugadas. Nestes dois versículos, o profeta por duas vezes, afirma que o deslocamento feito pela nave é produzido pelas rodas giradoras. As rodas são o sistema de força da nave, o que tudo indica, elas criam uma energia eletromagnética.

Verso 22 “Por cima das cabeças das criaturas viventes havia a semelhança do firmamento, como o brilho do cristal terrível, estendido por cima, sobre as suas cabeças”.

Na parte superior da nave encontra-se o trono da Divindade, ela é uma cúpula translúcida (transparente), por isto que a Divindade é vista em toda a sua plenitude (Versos 26, 27).

Verso 23 “Debaixo do firmamento as suas asas estavam direitas, uma de encontro a outra; e cada uma tinha duas asas que lhe cobriam o corpo de um e de outro lado”.

Neste momento, o profeta está fazendo a descrição da nave de cima para baixo, ou seja, as asas estão ligadas umas as outras, de forma que acompanham a circunferência da nave, tanto as asas superiores como as inferiores. As duas asas inferiores cobrem o corpo parcialmente dos pilotos que estão no meio das asas. Figura 6 e 7. Esta mesma citação é feita no verso 11.

Versos 24-25 “Quando elas iam, eu ouvia o ruído das suas asas, como o ruído de grandes águas como a voz do Todo-Poderoso, o ruído de tumulto como o ruído de um exército; Quando paravam, abaixavam as suas asas. Ouvia-se uma voz por cima do firmamento que estava por cima de sua cabeça; quando paravam, abaixavam as suas asas”.

Aqui o profeta deixa de forma bem evidente que ao se deslocar, a nave produzia sons que se assemelhavam a voz do TODO-PODEROSO (Êxodo 19:19), ao movimento da tropa correndo para o combate (2Reis 7:6) ou o ruído das ondas do mar. Quando a nave pousou o seu sistema de força foi desligado, por ordem da Divindade, devido a este fato as asas caem sobre o corpo da nave. Enquanto ele observava a descida da nave, ele ouvia uma voz que provinha do trono ou cúpula de comando determinando aos pilotos que o sistema de força fosse desligado. Isto fica demonstrado no verso 25, portanto, verifiquem no texto.

DESCRIÇÃO DA CÚPULA DE COMANDO DA NAVE

Verso 26 “Sobre o firmamento que estava por cima das suas cabeças havia a semelhança de trono, como a aparência de pedra de safira; e sobre a semelhança do trono, havia uma semelhança, como a aparência de homem”.

Aqui é descrito o local onde a Divindade se revelava, a mesma, está no trono envolvida por uma cor azulada. Esta mesma descrição da cor azul cercando a Divindade é citada no livro de Êxodo 24:9,10. O profeta Ezequiel descreveu a Jeová como um homem assentado no trono e, da mesma forma Abraão também descreveu na destruição de Sodoma e Gomorra, Deus como um homem. O Deus de Israel, como os deuses das nações antigas, era um Deus antropomórfico (semelhante ao homem; que lembra o aspecto ou forma de um homem).

Verso 27 “Vi um como brilho de electro (metal brilhoso), como a aparência de fogo por dentro em circunferência. Desde de aparência dos seus lombos e daí para cima, e desde a aparência dos seus lombos e daí para baixo, vi uma como a aparência de fogo, e havia resplendor ao redor dele”.

A Divindade encontra-se cercada pela luz avermelhada que provinha da parte fixa da nave. Como as rodas giradoras estão girando em grande velocidade, as mesmas refletem na parte fixa da nave e na cúpula um movimento em circunferência. Como a cúpula é translúcida ela recebe em seu interior um movimento circulatório em torno da Divindade, é por isso que o profeta diz: “como a aparência de fogo por dentro em circunferência”. Confira com o verso 13.

Verso 28 “Como aparência do arco que se vê na nuvem no dia de chuva, assim era a aparência do resplendor em roda. Esta era a aparência da semelhança da glória de Jeová. quando a vi, cai com o rosto em terra, e ouvi uma voz de quem falava”.

Aqui o profeta procura descrever a beleza que se manifestava ao redor da Divindade e, procura narrar as várias cores presentes a sua volta e termina o capítulo descrevendo o seu temor e seu espanto diante daquela visão, a ponto de ficar prostrado com o rosto em terra (3:2). Aquela voz que ele tinha ouvido anteriormente (Verso 25) agora lhe dirige a palavra) (2:1).

Figura 6

Figura 7